
Embora seja mais comum em idade avançada, a trombose venosa profunda é uma doença que acomete todas as faixas etárias e ambos os sexos, sendo uma das causas de morte mais frequentes entre gestantes, pacientes com câncer e no puerpério. Além disso, 3 em cada 10 pessoas que tiveram o problema podem sofrer novamente com ele em um prazo de 10 anos. Embora esses dados de trombose sejam alarmantes, a maioria desses eventos pode ser prevenida. Mas como agir para evitar complicações mais sérias? Descubra a seguir.
O que é quais as causas da trombose?
A trombose ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas que limita o fluxo normal do sangue, causando inchaço e dor na região. Quando ocorre em uma veia profunda, ela é chamada de Trombose Venosa Profunda (TVP); mas se o coágulo se formar em uma artéria, é chamada de Trombose Arterial (TA) e pode levar ao infarto ou ao AVC (acidente vascular cerebral).
O problema se torna mais grave quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Ela pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves e até à morte.
As causas da trombose mais comuns podem ser resumidas nas seguintes características:
- Lesão nos vasos sanguíneos: lesão da parede vascular que ocorre no trauma, cirurgia ou uso de cateter venoso;
- Hipercoagulação: desequilíbrio do processo normal da coagulação sanguínea decorrente de processos inflamatórios como a obesidade, doenças reumatológicas, tabagismo, uso de determinados fármacos como anticoncepcionais orais combinados (estrogênio e progesterona), além de gravidez e puerpério (períodos em que há redução fisiológica de fatores anticoagulantes naturais), intervenção cirúrgica e doenças hereditárias;
- Redução da velocidade do fluxo sanguíneo ou estase: longos períodos de imobilidade, como os que ocorrem após uma cirurgia, uma longa viagem, e até mesmo entre pacientes acamados.
Para algumas pessoas, a trombose se manifesta sem nenhuma causa aparente. Apesar de ser um problema que geralmente afeta mais mulheres, homens também podem ter trombose. Quando se trata apenas da faixa entre 20 a 40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição a fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações.
Algumas situações temporárias podem facilitar a formação de coágulos, como cirurgia geral de grande porte, cirurgia ortopédica de grande porte, anestesia, estar acamado, imobilidade, viagens (carro, trem ou avião) por mais de 8 horas, gravidez e puerpério, terapia hormonal e desidratação.
Quais os tipos de trombose?
A trombose pode ser classificada como aguda ou crônica. A trombose aguda, na maioria das vezes, é solucionada naturalmente. O próprio corpo utiliza de mecanismos para dissolver os coágulos que provocam o entupimento das veias, sem deixar sequelas e sem evoluir para quadros mais graves. Já a trombose crônica ocorre quando, durante o processo de dissolução do coágulo natural, ficam sequelas no interior das veias, destruindo a estrutura das válvulas.
Quais os sintomas de trombose?
Para evitar complicações, é preciso reconhecer os sinais de trombose. Os sintomas da TVP podem variar dependendo da região do corpo na qual ela acontece. Os principais são: edema (inchaço nas pernas), dor localizada, calor, vermelhidão, sensibilidade ao toque e rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo.
Para quem faz uma cirurgia ortopédica localizada nas pernas, é preciso ficar atento a outros sintomas de trombose, como dores diferentes da dor da cirurgia, vermelhidão e inchaço repentinos, aumento da temperatura (calor) da perna que está doendo, respiração curta e rápida, palpitações, tosse com sangue, dor no peito ou nas costas.
Além disso, dor torácica, falta de ar, cansaço extremo e paralisia, quando ocorrerem repentinamente, devem ser investigados emergencialmente para não resultarem em consequências que podem até ser fatais.
Como evitar as complicações da trombose?
A melhor forma de evitar complicações é estar atento aos sintomas de trombose e procurar ajuda médica sem demora. A trombose tem cura, quando diagnosticada precocemente. Quanto antes o problema for identificado e tratado, menor é o risco de embolia pulmonar.
Para quem apresenta problemas de coagulação com frequência, é possível evitar complicações com acompanhamento médico frequente, adotando uma rotina saudável e seguindo algumas recomendações, como ser mais ativo, fazer exames regulares e, se necessário, usar meias elásticas de compressão, principalmente em viagens longas, e medicamentos anticoagulantes, que "afinam" o sangue.
Fazem parte do grupo de risco para trombose quem tem histórico de lesão nos vasos sanguíneos, tem idade superior a 40 anos, faz tratamento hormonal ou quimioterápico, apresenta desequilíbrio do processo normal da coagulação sanguínea, está em pós-operatório de cirurgias de grande porte (principalmente ortopédicas, urológicas e ginecológicas) e não procura manter um controle rigoroso no consumo de gorduras, cigarros e bebidas alcoólicas.
Como prevenir a trombose?
A trombose pode acontecer mesmo na ausência de algum sintoma ou fatores de risco. Mas é possível adotar algumas medidas que ajudam na prevenção do problema ou o agravamento do quadro.
- Conheça seu histórico familiar;
- Mantenha-se bem hidratado;
- Mantenha seu peso saudável;
- Pratique exercícios físicos regularmente;
- Reduza o consumo de bebidas alcoólicas e evite o tabagismo;
- Levante e caminhe um pouco após se sentar por longos períodos;
- Consulte seu médico sobre a necessidade de usar meias elásticas.
Caso você seja integrante do grupo de risco, faça um acompanhamento médico para evitar que a trombose seja um problema para a sua saúde.