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IMPOSTO DE RENDA
A pandemia provocada pelo novo coronavírus tem causado outros problemas além da Covid-19. O uso de aparelhos eletrônicos tem aumentado, o que acaba refletindo no desenvolvimento infantil. Com a necessidade do isolamento social, as atividades ficaram limitadas, e as crianças passaram a usar ainda mais esses equipamentos.
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) com 900 crianças de 4 a 6 anos mostrou que mais de 55% delas faziam as refeições assistindo televisão, e 28% passavam longos períodos utilizando mídias de tela.
Segundo o estudo sobre a exposição excessiva às telas de computador, televisão, celular tablet ou videogame, antes dessa crise, crianças de todas as idades passavam, em média, cerca de 3 horas de seus dias nas telas. Este período passou para 6 horas, número que pode ser até maior, de acordo com os pesquisadores.
Problemas para o desenvolvimento infantil
Influenciada pelo ambiente em que se vive, a infância é um período crucial para o desenvolvimento da criança, motor e cognitivo. O uso de telas aumenta o risco de as crianças apresentarem habilidade motora pobre, além de aumentar a inatividade física e diminuir as horas de sono infantil.
Uma boa qualidade e quantidade de sono está positivamente associada à cognição e desempenho acadêmico em crianças e adolescentes. Em outro estudo recente, cientistas britânicos mostraram que o uso diário da tela sensível ao toque em crianças pré-escolares está associado aos distúrbios do sono. Eles descobriram uma notável correlação entre as telas e a deterioração do sono: para cada hora que os pré-escolares passavam com o dispositivo, eles reduziam seu tempo de sono noturno em 26 minutos.
Para evitar os distúrbios do sono, recomenda-se que crianças de até 11 anos realizem pelo menos 60 minutos de atividade física por dia, tenham 2 horas ou menos de uso de mídia de tela de lazer por dia e durmam de 9 a 11 horas por noite.
Deixar a TV ligada faz mal?
O hábito de ligar a TV, mesmo quando a criança está distraída com um brinquedo ou outra atividade, também pode ser uma atitude prejudicial para o desenvolvimento infantil. O funcionamento neurológico permite prestar atenção em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Mas quando se trata de crianças, que precisam aprender a focar, ter outros estímulos, como uma TV ligada no momento da brincadeira, atrapalha.
E quanto aos bebês?
Muitos se questionam com quantos meses o bebê pode assistir TV, ou até mesmo se bebê pode assistir TV. Mas os pediatras são enfáticos ao afirmar: nada de telas para crianças menores de 2 anos! Os bebês não devem assistir televisão, brincar no celular ou tablets ou usar o computador.
De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), as últimas pesquisas têm apontado que expor o bebê a muita televisão, celular, entre outras telas, contribui para o atraso da fala, faz com que no futuro a criança tenha maior dificuldade de alfabetização e também tenha problemas de memória. O sono e a capacidade de prestar atenção também podem ser afetados pelo mesmo motivo.
Para o bom desenvolvimento dos bebês, é essencial que que eles interajam o máximo possível com pessoas e não com telas. E mesmo que não seja possível interagir com o bebê o tempo todo, saiba que ele aprende muito mais brincando sozinho com brinquedos do que olhando para a televisão ou celular.
Como controlar o uso de telas?
Os pais tendem a se cobrar bastante nessa questão que envolve a educação dos filhos. Diante da atual situação, em que muitas crianças não estão frequentando a escola, e os pais estão se desdobrando para dar conta de tudo, não é necessário proibir que as crianças se aproximem dos dispositivos eletrônicos.
Mas a supervisão dos adultos é de extrema importância, enfatizando que o tempo na tela não deve substituir a atividade física e o sono suficiente para todos. Até os 11 anos de idade, recomenda-se que crianças realizem pelo menos 60 minutos de atividade física por dia, tenham 2 horas ou menos de uso de mídia de tela de lazer por dia e durmam de 9 a 11 horas por noite.
O uso de telas, quando feito de maneira responsável, não irá afetar o desenvolvimento infantil. Por isso, aja com cautela e ensine as crianças sobre a importância de colocar limites no tempo diante da TV, do celular e outros aparelhos.